Tuesday, July 31, 2007

só tive duas barbies na vida e uma delas era a Mary Poppins.

http://www.youtube.com/watch?v=U-Qmcvt6kKA
quando a vida nos come, basta uma colher de açúcar.


(aborrecida. amanhã de certezinha que estou menstruada. sem fome. cansada. papá, mamã e maninho de volta. tabaco em maço. herpes. cabelo sujo. que bof. quero uma overdose de açúcar ou um parisiense se faz favor...)

Sunday, July 29, 2007

as paredes do teu quarto são tão brancas como tu és.

(

)

- quem me dera também ter uma ventoinha no quarto.

(conheci o som todo da melodica e o vazio dos teus olhos. sorriso pequeno. sincero. e relva a comer-nos as costas enquanto a conversa nos vive nos dentes. tu e minis às 09.00 da manhã e eu com dois cafés. até adormecer a olhar para a ventoinha. aviões de papel. dinossauros. respirar. e calor na rua. queria deambular pelas palavras até te saber reconhecer de uma vez por todas. dentro de um comboio. )

Wednesday, July 25, 2007

eu gosto do Jardim que tem o nome dele e gostava do que dizia.

“E esta, hein?”

Fernando Pessa

1902 - 2002

Sunday, July 22, 2007

como é que era mesmo?


de facto, podia começar a contar toda a visão com que o fim-de-semana fora me deixou, mas na realidade vou escrever um bof.
devia ser tão porreiro esquecer que isto tem um tema e independentemente de tudo quando aqui chego querer escrever algo menos insuportavelmente entediante.
de qualquer maneira, aqui vamos.

a verdade é que lembrar-me de alguém, passado uns meses e analisar a reacção e a perspectiva que se modifica, é estranho.
poderia ser menos isto a ser recordado como a primeira estupida reacção que se tem, mas de facto:





era a letra, música, a maneira de cantar, desintegração total de imagem e aparência esquisita. perdida num mundo qualquer. dura pouco tempo.

mais cedo ou mais tarde a história modifica-se e entra-se num mundo:



onde letra, música, a maneira de cantar, distorção de imagem a aparência é menos esquisita mas também é pouco sincera.

obviamente no fim de tudo há algo a sair de nós e a cobrir-nos a verdade de outra forma e esquecemo-nos do que se passou e nos concentramos na verdadeira expressão de paz e calma de quem não quer guardar nada e se libertou da angústia (cabra...) toda e se quer nada mais nada menos que:




a letra, música, a maneira de cantar, teatralidade sincera e observação do que não nos chateia mais. talvez aceitação.já não pode ser tão triste a sério porque é recordação. tudo passa, mas não deixa de ser bonito. eu acho sempre que há uma certa beleza nestas coisas todas...


ou pelo menos eu acho que sim.
and that's the all point.


(ah. lembrei-me agora que o mais "giro" era passar o tempo todo a ouvir a song to the siren...)

Wednesday, July 18, 2007

isto não é bof. é a rapariga com abóbora...







245x137 cm
(só porque de facto tem impacto...)
Fausto Zonaro - 1889
tem que se sair do quadro e andar para a frente. ou deixá-la caminhar até nós.
quero o cheiro verde da manhã.
e a paz do sorriso dos olhos.
mas sem ter que me aperceber.

Tuesday, July 17, 2007

Friday, July 13, 2007

Galatea of the Spheres

1952...
Salvador. Dalí.




( andei com esta imagem na cabeça desde que acordei. que suspiro quando a encontrei. )

Wednesday, July 11, 2007

surrealismo real

http://www.deviantart.com/deviation/59287723/




(só porque é impossível estudar Kant num sítio que passa Norah Jones. e obviamente porque é a foto do momento em que não parava de repetir " foda-se. foda-se. foda-se." ; o jaime é o melhor a captar os momentos todos, todos, todos [com ou sem máquina.]; vamos lá a ver se amanhã posso comer caramelos e ouvir novidades...)

Thursday, July 5, 2007

puppet


a noite de ontem foi uma moca do caraças.
(com uma overdose emocional pelo meio.)

Monday, July 2, 2007



Corria comigo própria, de mãos dadas, para um lugar vazio, qualquer azul e verde que não morresse debaixo d'água; "sonhos de todas as noites" e noites de todos os sonhos. Talvez seja como diz o amigo imaginário; talvez também seja mais uma que "está vocacionada para sanatórios". Ou talvez esteja mais lúcida do que penso. do que penso.

Os sonhos nunca se fundem completamente com a realidade, creio que porque não os deixamos à deriva o tempo suficiente para assim ser ou, simplesmente, porque a imaginação é um mundo isolado do mundo real que tantas vezes atraiçoa o sentimento por tudo ser demasiado recto.
Andava a ver se trincava qualquer coisa que não fosse carne. Andava a ver se via ao lado da lua uma imagem qualquer que não me sufocasse, quando no fundo só precisava de olhar para mim de fora para dentro. Maneira simples de nos inserirmos na realidade e não na imagem que temos dela.
Percorri caminhos inacreditaveis até chegar aqui. E também me sentei muitas vezes no caminho para olhar para fora de dentro e para olhar para dentro de dentro. Demasiadas vezes a olhar para/de dentro. Tudo porque o mundo era apenas o reflexo dos meus olhos projectado à luz do dia ou do néon azul. E eu chorava dias e dias, abria os braços no meio da solidão e andava por aí a devorar o que restava de mim sem piedade ou a abraçar as árvores.
Doía-me o tudo e o nada. Principalmente o nada, que não há nada pior que o vazio triste que de sereno nada tem. Que não é nem silencioso nem melodioso. Que não é nada.
Engulo em seco.
Bebe-se água. Trabalha-se com o cabelo apanhado e de azul, de mocassins, com uma placa dourada, sim já sei. Eu sei que não pareço eu.
Mas sou. E é correcto.
É correcto. Não para os outros. É correcto para mim neste exacto momento.
O que era impensável há uns tempos atrás tornou-se correcto, talvez porque já não queira falhar mais. Sim, toda a gente falha vezes sem conta uma vida inteira, mas eu já não quero falhar. Concentro-me na minha queda livre, respiro fundo e deixo-me cair.
Sorrio quando quero sorrir e não porque me forço a fazê-lo. Não me lembro da última vez que chorei. Não me lembro da última vez que me quis esmurrar, embebedar ou outra acção qualquer cujo verbo acabe em "ar".
Tento porque quero por mim, mas também pelos outros. Porque a harmonia é apenas a verdadeira simpatia recíproca entre as pessoas. e a verdadeira simpatia não é mais que nos deixarmos ir na queda, de não ter medo de dizer/fazer x, mas ponderar se x será verdadeiramente bom como achamos que é.
Sim, eu quero pôr em prática o imperativo categórico mas abrindo a minha redoma de emoções que me protege sem ter que a abandonar completamente.
(Há gente que se vair rir com isto, talvez porque me conhece bem o suficiente para achar impraticável.)
Já me esqueci do que queria dizer.
A memória continua a tramar-me (ou a falta dela).

Apetecia-me redesenhar tudo isto e espalhar cor e formas no mundo, mas não se pode querer caminhar num céu se tivermos uma mão apoiada na terra.
Desprendi-me de mim repetidamente. E parei aqui. Para caminhar de vez.
Penso que não me importo.




(Lembrei-me de que os caminhos são sempre egoístas, mas parece-me que não têm que ser necessariamente tristes. Espero mais de mim do que dos outros porque só podemos contar connosco próprios. Não quero viver em função de nada em que não queira acreditar, mesmo que seja só por hoje. Não quero tentar estabelecer limites a mim própria e definitivamente não quero afundar-me. Quero a tal queda. A vertigem que escorre nos pulmões e estômago quando o sangue me dispara nas veias. E obviamente quero continuar a sentir que o ar existe.)