Wednesday, November 28, 2007

"Por isso a nossa dimensão/ não é a vida, nem é a morte. "

[Foto de Artur Pinto de um plenário na cidade universitária, onde o Rui conseguiu surripiar um cassetete à polícia de choque] - Artur Melo.








(há vezes em que vou sentindo a tua falta, quando me fal(t)a a Liberdade.)











Saturday, November 17, 2007

a.l.a.l.i.a.

esqueci-me de falar na minha mala vermelha.
pesada.
vermelha.
andava a carregar bocados de minha casa para outras casas e levava a mala atrás, sempre com a vontade de que o Alice não se escapasse. o Alice é um gato loiro. tem bolas e parece uma gata.
ronrona quando me quer devorar.
os meus sonhos andam confusos. como era suposto. exactamente como era suposto.
descruzo os braços e tento apanhar um mosquito com os dentes.
que aborrecimento.
-olha, é uma maçada teres que fechar a porta à chave sem teres sequer uma fechadura na porta.
nesta casa trancamos as portas com pegas. daquelas que se usam para tirar bolos do forno. a pega fica presa na maçaneta, dobrada entre a ombreira e a porta.
a pega é uma tranca.
a tranca não é nada, porque nunca vi nenhuma.
sento-me no chão, atrás da porta, a imaginar como seria seres tu sem ser eu.
um dia fizeste-me ficar 30 segundos sem saber o que estava a fazer com os punhos na ombreira da porta.
ordenaste.
e eu depois abri os braços e estava a senti-los a voar.
ontem percebi que não gosto de sítios sem mim.
hoje estou entre a vontade de ir ou ficar.
estou com vontade de nada.
de ficar pequenina no meu tecto e dizer adeus às pessoas.
de sorrir muito enquanto choro e outras patetices.

que é que comi para ser assim?
qual é a caixa que se abre e espreita para mim com cara de parva?

em que reflexo do espelho me escondi? as caras que reconheço transformam-se e eu já não me vejo como antes. as caras que escolhia já não me aparecem. tomaram conta de mim. dominaram-me. mataram-me a carne.
entretanto violo o meu olho direito com rímel. enquanto o direito chora.

hoje em dia as meninas comem baton como se fosse algo muito saboroso. a pasta vermelha que se vai acumular nas paredes do estomago come-lhes a carne também.
e eu como, com as duas mãos, batatinhas e coentros.
as unhas enfiam-se debaixo da pele. rapariga, vai ouvir outra coisa e mudar o teu discurso.
e a vozinha diz baixinho : - you're totally right!
: -

não tem boca!











eu não falo.

Wednesday, November 14, 2007

don't let the darkness eat you up.

"eu acho que vai correr tudo bem."

- eu também.

Wednesday, November 7, 2007

moth

corri para aqui sem saber porquê.
[a solidão faz-se destas coisas. estou farta de saber isso. ando a estudar isso. já o via. continuo a senti-lo. e uma pessoa habitua-se ao confessionário.]


custa a arrancar.
respira.
anda para a frente e para trás. o pause não são só dois tracinhos ao canto da memória.
A memória dilui-se. para trás ficou toda a vida que nunca consegui agarrar, tudo o que me passou ao lado. reduzi-me ao que sou. bloqueei a visão com a cortina passageira de lágrimas e aquele autocarro não quis avançar. eu deixei-me na música como se estivesse a caminho de casa.
cada vez mais silêncio naquele pequeno quarto. a cor e a luz diluem-se e eu fico outra vez no espaço branco onde não há nada. espero. e começo a rodar na minha queda para trás.
comi as minhas palavras.
comi os meus movimentos.
apaguei-os. (tola... isso nunca acontece.)
cheguei à linha zero. preparo-me para partir novamente. tudo é diferente.
alterei tudo.
dou comigo a sorrir. apesar de, simultaneamente, me aperceber da fantasia toda que cresce e se distingue da realidade. fantasiar com o que poderia. com o que foi. com o que vai existindo.
a realidade vai-me doendo. é tudo uma questão de luz e som até chegar lá.
esqueço-me do cheiro, esqueço-me das mãos, esqueço-me de balançar os pés.
esqueço-me de caminhar para lado nenhum sem problema, esqueço-me de lamber o açúcar dos dedos, esqueço-me de cantarolar.
tenho medo de estar sozinha. tenho muito medo de estar sozinha comigo.
vou tendo medo de me dominar. daquele lado me dominar totalmente. e há alturas em que lhe quero bater a sério e fazer-lhe mal.
-não me apetece escrever estas coisas aqui.
-Então não escrevas.
o meu problema é ser exagerada e deturpar a realidade conforme o que sinto. Mas a verdade, é que para mim essa é a realidade.
sinto-me como uma traça que queria ser uma borboleta. ( que foleira; não sei escrever...)
ignoro o meu caminho.
a pilha acaba. adeuzinho doce injecção.

tenho um choque.
esta realidade vem a suar dos poros destas pessoas.
a luz não falha mas come-nos.
todas as janelas estão fechadas.
isto anda e está escuro lá fora.
a noite aprisionou-te no meu pause.
eu é que o fiz.

vaga recordação do sorriso que não vi em ti ao virar as costas a caminho de casa.




lágrima, eu quero ir lá para fora.

Monday, November 5, 2007

and I feel fine...

That's great, it starts with an earthquake, birds and snakes, an aeroplane - Lenny Bruce is not afraid. Eye of a hurricane, listen to yourself churn - world serves its own needs, regardless of your own needs. Feed it up a knock,speed, grunt no, strength no. Ladder structure clatter with fear of height, down height. Wire in a fire, represent the seven games in a government forhire and a combat site. Left her, wasn't coming in a hurry with the furiesbreathing down your neck. Team by team reporters baffled, trump, tetheredcrop. Look at that low plane! Fine then. Uh oh! overflow, population, common group, but it'll do. Save yourself, serve yourself. World serves itsown needs, listen to your heart bleed. Tell me with the rapture and thereverent in the right - right. You vitriolic, patriotic, slam, fight, brightlight, feeling pretty psyched.
It's the end of the world as we know it.It's the end of the world as we know it.It's the end of the world as we know it and I feel fine.
Six o'clock - TV hour. Don't get caught in foreign tower. Slash and burn,return, listen to yourself churn. Lock him in uniform and book burning,blood letting. Every motive escalate. Automotive incinerate. Light a candle,light a motive. Step down, step down. Watch a heel crush, crush. Uh oh,this means no fear - cavalier. Renegade and steer clear! A tournament,a tournament, a tournament of lies. Offer me solutions, offer me alternativesand I decline.
It's the end of the world as we know it.It's the end of the world as we know it.It's the end of the world as we know it and I feel fine.
The other night I tripped a nice continental drift divide. Mount St. Edelite.Leonard Bernstein. Leonid Breshnev, Lenny Bruce and Lester Bangs.Birthday party, cheesecake, jelly bean, boom! You symbiotic, patriotic,slam, but neck, right? Right.
It's the end of the world as we know it.It's the end of the world as we know it.It's the end of the world as we know it and I feel fine... fine...

(It's time I had some time alone...)

conheces? (o planeta que habitas...)