acordo contigo numa rua paralela à minha. dizes: -vamos sair daqui. eu aceno e caminhamos juntos.
a meio do caminho reparo que ainda assim, continuas sem me mostrar os dentes.
pode ser isto e outra coisa qualquer, então.
acordo contigo numa rua paralela à minha. dizes: -vamos sair daqui. eu aceno e caminhamos juntos.
a meio do caminho reparo que ainda assim, continuas sem me mostrar os dentes.
este lugar é mais meu que teu.
Não há silêncio que nos valha, o mundo é o nosso eco perpetuado até à parede do Universo. está tudo lá fora à tua espera. e fizeram questão de lançar o fogo de artificio enquanto tu não estavas a ver.
a pele está limpa. os olhos estão limpos. a música está limpa. o vôo não tem farpas a cortar o ar quando passamos. a alma está mais limpa do que nunca. isto nunca mais vai ser. nunca mais é escusado.
Vira a boca para o lado e não olhes em frente. essa aí não és tu.
Se as asas te falham é porque o Ícaro não as soube colar bem e se o céu é fundo demais é porque Deus te deixou à mercê do pé colado ao chão.
Ninguém escolheu o que queria cantar.
Ninguém escolheu onde depositar o olhar.
Ninguém escolheu ser.
Mas, prendem-se as mãos às cordas da marioneta e engolem em seco se lhes prendem os movimentos. Não querias mesmo, pois não?
é que agora vais ter que respirar este ar.
- e depois, como vai ser?
queres saber qual a verdade no meio do nada?
boa sorte. eu já me fui mas volto sempre para sorrir com o reflexo. e se até o sorriso é diferente, os olhos são a mesma arca de recordações e medo. é uma questão de alma.
e que no fundo da noite, esteja a luz.
pontapé ao cometa. eu ainda acredito nas estrelas.